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Sexualidade na adolescência: como conversar com respeito e naturalidade

  • liucrispsi
  • 18 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 8 de out.


Falar sobre sexualidade com adolescentes ainda é um desafio para muitas famílias. Medos, tabus, inseguranças e até vergonha acabam impedindo uma conversa que, na verdade, é essencial para o desenvolvimento saudável dos jovens. Mas a boa notícia é: é possível (e necessário) conversar sobre sexualidade com respeito, escuta e naturalidade.

A sexualidade na adolescência não se resume ao início da vida sexual. Ela envolve identidade, corpo, afeto, desejo, limites, relações e escolhas. É nessa fase que o jovem está descobrindo quem é, o que sente, o que gosta, e buscando compreender seu lugar no mundo.

Por que conversar sobre sexualidade?

Quando o diálogo não acontece em casa, o adolescente busca respostas por conta própria — muitas vezes em fontes duvidosas, com conteúdos distorcidos nas redes sociais, pornografia ou conversas com colegas igualmente inseguros.

Conversar sobre sexualidade de forma aberta e respeitosa protege, orienta e fortalece o adolescente. Ajuda a desenvolver uma relação mais saudável com o próprio corpo, favorece o autocuidado, previne situações de risco e promove respeito aos outros.

Como começar essa conversa?

  1. Escute mais do que fale Em vez de impor opiniões, crie um espaço seguro para que o adolescente se sinta à vontade para trazer dúvidas e sentimentos.

    “O que você tem ouvido na escola sobre isso?” “Se você quiser conversar sobre esse assunto, saiba que estou aqui.”

  2. Use uma linguagem clara e sem julgamentos Chamar as coisas pelo nome, sem ironias ou vergonha, transmite confiança.

    “Sexo, menstruação, masturbação, orientação sexual, consentimento” não são palavras proibidas — são partes naturais da vida.

  3. Respeite o tempo e a individualidade do adolescente Cada jovem vive a descoberta da sexualidade de maneira única. Evite comparações, rótulos ou pressões.

    “Você não precisa estar pronto agora. E está tudo bem ter dúvidas ou não saber exatamente como se sente.”

  4. Não espere que o adolescente venha até você Inicie conversas de forma leve, aproveitando situações do cotidiano — uma cena de filme, uma notícia, algo comentado na escola.

    “Você viu aquele post que fala sobre identidade de gênero? O que achou?”

  5. Demonstre apoio incondicional Muitos adolescentes sentem medo de serem julgados ou rejeitados ao falar sobre seus sentimentos, desejos ou identidade. Mostrar acolhimento é essencial.

    “O que você sentir, seja o que for, não muda o quanto eu te amo.”

O papel da família no desenvolvimento da sexualidade

A forma como a família lida com temas como afeto, respeito, consentimento e diversidade influencia diretamente a visão que o adolescente desenvolverá sobre si e sobre o outro. Conversar sobre sexualidade não é incentivar comportamentos precoces — é preparar o adolescente para fazer escolhas conscientes, seguras e respeitosas.

E quando a conversa parece impossível?

Se o clima em casa for de conflito ou distanciamento, a psicoterapia pode ser uma aliada importante. Para o adolescente, é um espaço onde ele pode explorar sua identidade, seus medos e dúvidas com escuta profissional e sem julgamento. Para os pais, é uma oportunidade de aprender a se comunicar melhor e fortalecer os vínculos.

Falar sobre sexualidade na adolescência é um ato de cuidado. Mais do que oferecer respostas prontas, é importante estar presente, disponível e aberto para dialogar. Respeito, escuta e afeto são as melhores formas de guiar o adolescente nesse momento tão significativo da vida.



Lilian Guedes Psicóloga (CRP 22/458)Especialista em psicoterapia infantojuvenil Atendimento presencial em Salvador (BA) e on line para todo o Brasil. Acolhendo adolescentes e suas famílias com empatia, escuta e cuidado


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