Traumas na adolescência e o papel da psicoterapia com EMDR
- liucrispsi
- 24 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de out.

A adolescência é um período de grande sensibilidade emocional. Experiências como bullying, separação dos pais, perdas, rejeições, abusos ou acidentes podem marcar profundamente o mundo interno de um jovem — mesmo quando não parecem, à primeira vista, “traumas graves”.
Muitas vezes, o adolescente não sabe expressar o que sente, mas o corpo e o comportamento falam: crises de ansiedade, baixa autoestima, alterações no sono, irritabilidade, queda no rendimento escolar ou isolamento podem ser sinais de que algo não foi bem elaborado emocionalmente.
É nesse contexto que a psicoterapia com EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por meio de Movimentos Oculares) pode ser uma ferramenta valiosa e transformadora.
O que é EMDR?
O EMDR é uma abordagem psicoterapêutica reconhecida internacionalmente pelo seu efeito no tratamento de traumas e memórias difíceis. Funciona a partir da estimulação bilateral do cérebro (como movimentos oculares guiados, toques alternados ou sons), facilitando o reprocessamento de memórias que ficaram “presas” no sistema nervoso, gerando sofrimento emocional e comportamental.
O adolescente não “esquece” o que viveu, mas consegue ressignificar a experiência de forma segura e menos dolorosa, retomando a sensação de controle e autoestima.
Como o EMDR ajuda adolescentes?
Acessa com segurança memórias difíceis, mesmo quando o adolescente tem dificuldade de verbalizar;
Reduz a intensidade emocional ligada a lembranças traumáticas;
Fortalece a sensação de segurança interna e autonomia emocional;
Pode ser eficaz em menos tempo que outras abordagens convencionais (embora o processo varie de pessoa para pessoa);
Ajuda na construção de crenças mais saudáveis sobre si mesmo, como “eu sou capaz”, “eu tenho valor”, “isso não foi culpa minha”.
Situações em que o EMDR pode ser indicado:
Trauma por violência, bullying ou abuso;
Acidentes ou procedimentos médicos invasivos na infância;
Separações, perdas e lutos;
Rejeição social ou escolar;
Ansiedade generalizada ou fobias específicas;
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
O papel do terapeuta
No atendimento infantojuvenil, o terapeuta treinado em EMDR atua com sensibilidade ao desenvolvimento emocional do adolescente, respeitando seus limites e adaptando a abordagem à sua linguagem e ritmo.
O EMDR é sempre conduzido dentro de uma relação terapêutica segura, com etapas bem definidas: desde a preparação e estabilização emocional até o reprocessamento e fortalecimento de crenças positivas.
Traumas não tratados na adolescência podem deixar marcas profundas na vida adulta. Mas com o apoio certo, essas marcas podem ser suavizadas, transformadas e integradas.
A psicoterapia com EMDR oferece uma oportunidade real de cicatrização emocional — respeitando o tempo do adolescente, fortalecendo sua autoestima e devolvendo a ele a confiança de seguir em frente com leveza.
Lilian GuedesPsicóloga (CRP 22/458)Especialista em psicologia do adolescente e psicoterapia infantojuvenil Atendimento online para todo o Brasil e presencial em Salvador (BA)
"Atendo adolescentes em Salvador e online para todo o Brasil . Quer saber mais sobre como a psicoterapia pode ajudar? Fale comigo!"
.png)






Comentários