Adolescentes e o Mundo das Telas: Estão Perdidos ou Querendo Ser Encontrados?
- liucrispsi
- 30 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de out.

O celular na mão, o fone no ouvido, os olhos grudados em uma tela. Para muitos adultos, essa é a imagem do adolescente de hoje — disperso, isolado e excessivamente conectado. Mas o que será que está por trás desse comportamento? Estar sempre online é uma fuga, uma distração ou uma tentativa de pertencimento?
Mais do que distração, uma necessidade de conexão
Na adolescência, o desejo de pertencer é intenso. É a fase em que o grupo de amigos ganha grande importância, a identidade começa a ser moldada e os sentimentos se tornam mais complexos. As redes sociais entram nesse cenário como palco onde o adolescente se apresenta, testa, erra e se descobre.
Muitas vezes, o excesso de tempo nas telas não fala apenas de "vício", mas de carência de vínculos significativos, falta de escuta ou dificuldade de lidar com o próprio mundo interno. O mundo digital se torna uma espécie de "abrigo silencioso", onde é possível fugir do desconforto que a vida real pode causar.
O que as telas estão substituindo?
Essa é uma pergunta potente para pais e responsáveis. Não se trata apenas de controlar horários, bloquear apps ou diminuir o tempo online. É essencial olhar para o que está por trás do uso constante:
Há espaço para conversas reais na rotina familiar?
O adolescente se sente visto, ouvido e acolhido em casa?
Ele tem oportunidades de estar com outras pessoas, de explorar o mundo real com segurança e afeto?
Quando o ambiente fora da tela se torna mais interessante, seguro e nutritivo emocionalmente, a necessidade de refúgio no digital tende a diminuir.
Como ajudar sem controlar demais?
Ajudar um adolescente a lidar com o uso das telas não é uma tarefa de imposição, mas de construção de vínculo e confiança. Algumas atitudes que fazem a diferença:
Estar disponível para conversar sem julgamentos;
Criar momentos compartilhados fora das telas (cozinhar juntos, andar de bicicleta, assistir a um filme e conversar sobre ele);
Nomear sentimentos: muitas vezes o adolescente não sabe que está ansioso, entediado ou triste — só sabe que precisa "se distrair".
Psicoterapia: um espaço fora da tela para olhar para dentro
Quando o adolescente encontra um espaço seguro para se escutar, organizar seus sentimentos e compreender suas necessidades, o uso da tecnologia pode deixar de ser fuga e se tornar apenas parte de uma vida mais equilibrada. A psicoterapia oferece exatamente isso: acolhimento, escuta, e espaço para construir novas formas de estar no mundo — com ou sem tela.
Finalizando...
Nem sempre é sobre o celular. Muitas vezes, é sobre solidão, pressão interna, medo de não ser suficiente. E antes de rotular como “viciado em tela”, talvez seja preciso perguntar: "Do que ele está precisando e não está conseguindo pedir?"
Lilian Guedes Psicóloga (CRP 22/458)Especialista em psicologia do adolescente e psicoterapia infantojuvenil .Atendimento presencial em Salvador (BA) e on line para todo Brasil.
"Atendo adolescentes em Salvador e online para todo o Brasil . Quer saber mais sobre como a psicoterapia pode ajudar? Fale comigo!"
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