Autoestima e imagem corporal na adolescência: o desafio do espelho
- liucrispsi
- 21 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de out.
A adolescência é uma fase de intensas transformações — físicas, emocionais e sociais. O corpo muda, os pensamentos ganham profundidade e, aos poucos, o adolescente vai construindo a própria identidade. No meio desse turbilhão, o espelho se torna, muitas vezes, um lugar de confronto e dúvida: "Quem sou eu? Eu gosto de mim assim? Por que meu corpo não é como o dos outros?"
O corpo em transformação e o olhar julgador
Durante a puberdade, o corpo se transforma em ritmo acelerado. Crescimento, desenvolvimento de características sexuais, mudanças hormonais... tudo isso ocorre enquanto o adolescente ainda está aprendendo a lidar com o próprio mundo interno. Esses processos podem gerar desconforto, insegurança e comparações constantes — especialmente em um contexto onde redes sociais vendem padrões irreais de beleza e perfeição.
Para muitos adolescentes, o espelho deixa de ser um lugar neutro e passa a ser uma fonte de ansiedade e frustração. Eles se olham, mas muitas vezes enxergam apenas defeitos.
A construção da autoestima vai além da aparência
A autoestima não é apenas gostar do próprio corpo. Ela envolve a forma como o adolescente se percebe como um todo: suas capacidades, seus valores, seu lugar nas relações e no mundo. Quando há uma autoimagem negativa persistente, isso pode afetar o desempenho escolar, os relacionamentos e até levar a quadros como depressão, ansiedade ou transtornos alimentares.
É por isso que o olhar cuidadoso da família e dos profissionais é essencial. Quando há escuta sem julgamento, validação das emoções e incentivo à autocompaixão, o adolescente encontra mais espaço interno para se aceitar como é — com suas imperfeições, singularidades e potencial.
O papel da psicoterapia
A psicoterapia é um espaço seguro onde o adolescente pode explorar, nomear e ressignificar a forma como se vê. Em um ambiente acolhedor, ele pode compreender melhor seus sentimentos, fortalecer sua identidade e desenvolver uma relação mais saudável com o próprio corpo.
É importante lembrar: autoestima não se constrói da noite para o dia. Ela é cultivada no cotidiano, nas relações, no afeto recebido e no reconhecimento das próprias conquistas.
Como pais e responsáveis podem ajudar?
Evite críticas ou comparações sobre o corpo do adolescente, mesmo que pareçam “inofensivas”.
Valorize outras qualidades além da aparência: esforço, sensibilidade, criatividade, gentileza.
Esteja disponível para ouvir. Às vezes, o que o adolescente precisa é só ser escutado sem ser corrigido.
Cuide da própria forma de falar sobre o corpo — o exemplo tem mais força que o discurso.
Considere buscar apoio psicológico se perceber que a insatisfação com a imagem corporal está afetando a autoestima e o bem-estar emocional.
O espelho pode ser desafiador na adolescência, mas também pode se tornar um aliado — quando o reflexo não é um julgamento, mas um reconhecimento amoroso de quem se é. E a psicoterapia pode ser um caminho potente nessa construção de uma autoestima mais sólida e verdadeira.
Lilian Guedes Psicóloga (CRP 22/458)Especialista em psicologia do adolescente e psicoterapia infantojuvenil Atendimento presencial em Salvador (BA) e on line para todo o Brasil

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